Nova Visão - Mendelsshon

Felix Mendelssohn & Sinfonia Escocesa

Mendelssohn nasceu em 1809 na Alemanha. Ele foi neto do filósofo judaico Moses Mendelssohn e pertencia a uma família muito rica de banqueiros judeus, convertidos ao cristianismo. Além de piano e composição, estudou muito também literatura. Como menino prodígio, ele começou a ter aulas com 2 anos de idade e aos 9 anos já fazia concertos. Ele teve grande popularidade como compositor e regente. Mesmo sendo um compositor eclético ele tem uma linguagem muito pessoal muito fiel ao classicismo vienense.



Em uma de suas viagens para se apresentar pela Europa ele foi a Londres, e depois do concerto resolveu fazer uma excursão para o interior da Grã Bretanha. Lá ele ficou encantado com os castelos e se inspirou com o ambiente. Nessa ocasião chegou a mandar uma carta para o pai dizendo “tudo parece cheio de neve, tão bonito, acho que acabo de criar minha próxima sinfonia”.

Ele realmente começou a fazer esboços da sinfonia escocesa em 1820, mas antes mesmo de começar a trabalhar seriamente a obra ele viajou para a Itália e ficou novamente deslumbrado com esse novo país.
Apenas em 1842 ele pegou aqueles esboços que tinha feito 20 anos antes e fez a sinfonia Escocesa, que nós vamos ouvir essa semana. Ela foi estreada em Leipzig no mesmo ano e fez grande sucesso pelo publico.

A obra, dedicada à Rainha Vitória, é muito romântica, fácil de se entender e tenta absorver o ambiente da Escócia. O "problema" é que por mais que seja uma escrita idiomática, o folclore usado ela acaba sendo um pouco superficial e em sua maioria “uma escócia recriada da cabeça de Mendelsshon, muito pessoal”. [Se repararmos nas obras da primeira parte (Falla e Bartok), percebemos que essa segunda parte (Mendelssohn) não tem nada de nacionalista.]

Mendelssohn foi o primeiro compositor a estimular e defender a criação de uma tradição mais intelectual e culta. Isto é, sempre ter como referencia a “época de ouro” da música, que ia de Bach a Beethoven. (o resto era o resto). Ele criou esse “parâmetro” de qualidade: “Devemos nos espelhar neles..."

A sua obra, mesmo sedo banida da Alemanha pelo nazismo, sobreviveu e as suas composições foram incorporadas ao repertório internacional como representação máxima da elegância musical do século XIX. Por incrível que pareça, Richard Wagner apreciou a sinfonia escocesa e até chegou a regê-la! (Eu disse “por incrível que pareça" pois quando Wagner estava na Suíça, ele publicou em um artigo no jornal criticando a composição judaica, que entrava em “conflito” com a cultura Alemã e dizendo que Mendelssohnera um musico sem preocupação com “o novo”.)

Mendelssohn morreu muito jovem e não se sabe ao certo o motivo. Dizem que é possível que uma paixão não correspondida pela soprano sueca Jenny Lind pode ter contribuído para a morte do compositor. Essa tese tem base na carta em que ele mandou para Jenny (que já era comprometida) declarado o seu amor ardente por ela, implorando para que ela fugisse com ele para os Estados Unidos e ameaçando suicídio caso ela recusasse. A carta foi respondida pelo marido, Otto Goldschmidt, que disse ter rasgado a carta de amor de Mendelssohne confessado que tinha o poder de denegrir profundamente a reputação de Mendelssohne de Jenny. O que se sabe é que ela, de fato, recusou o pedido de Mendelssohn, e alguns meses depois Mendelssohnestava morto.


Um abraço a todos,

John Blanch