domingo, 21 de junho de 2009

Nova visão - Wagner


Para entender um pouco melhor sobre as obras acho que é legal passear um pouco pela história da música. A seguir vou postar um pouco sobre os compositores, obras e o meu comentário a respeito do concerto:



--A ÓPERA--
A ópera e a literatura, são um dos fenômenos mais efervescentes, que cresciam na Europa, principalmente nos séculos XVIII e XIX. A Ópera, devido ao seu "grande sucesso" de atrair um público grande, era conseqüentemente uma ótima maneira de ganhar dinheiro.

A respeito da ópera, pode-se dividi-la em 3 principais escolas diferentes:
-Escola Italiana: onde o foco principal da obra era o cantor, fazendo com que o canto fosse extremamente privilegiado com passagens virtuosas, melodias incríveis etc. Podemos citar, por exemplo, compositores como Rossini, Bellini e Donizetti.

-Escola Francesa: muito usada a partir do Barroco, extremamente rentável, onde o dinheiro "circulava com maior facilidade".
Era chamado de "Grand Opéra", devido ao fato de que os compositores se preocupavam muito mais com o espetáculo em sí, do que o cantor. Isto é, eles faziam diversas mudanças de cenas, grandes coreografias, diversas danças. Algumas vezes o enredo não era nem tão interessante, mas o que importava mais era o produto final da obra.

-Escola Alemã: formada também na mesma época que a escola francesa. Essa escola é marcada por um "roteiro" um pouco mais fantasioso e "fantástico", além de muitas questões técnicas, como elementos inusitados e curiosos, um pouco mais diferente do que era "comum" na época. Nessa escola o principal compositor é Weber.

Essas 3 escolas eram as mais populares da época.

--RICHARD WAGNER--
Wagner pode ser considerado um mestre das óperas e muito polêmico (devido principalmente a sua obra extremamente dramática e idéias controversas). Ele foi compositor, maestro, teórico musical, ensaista e poeta alemão e é considerado um dos expoentes do romantismo e dos mais influentes compositores da música erudita.

Ele fez inúmeras inovações na música clássica, tanto em termos de composição quanto em termos de orquestração. Outra coisa curiosa é que como ele era poeta, escreveu quase todos os libretos de suas óperas.
Wagner foi um compositor que, no começo de sua vida, resolveu seguir a escola francesa (a "Grand Ópera") que tinha um mercado mais amplo.

A composição da ópera de Rienze foi ente 1838 e 1840. No ano seguinte, Wagner mostra a composição para Malherbe, que ficou encantado e escreveu uma carta de recomendação. A partir disso, ele teve uma direção artística principalmente no teatro.

Em 1848, ele virou diretor de um importante teatro e se uniu as correntes radicais de idéias revolucionarias. Ele largou tudo para "lutar" com esses revolucionários. Nesse período ele publicou um livro chamado Arte e Revolução, que criticava a "Grand Ópera" (escola francesa) e o próprio Malherbe, dizendo que a "Grand ópera" era muito cara, e a arte deveria ser o meio "transformador" da sociedade e do homem, e não um mero passatempo e entretenimento da aristocracia e Wagner propõe a "tragédia grega".

Para continuar com suas idéias polemicas, Wagner, publicou uma frase de sua autoria que foi infeliz: "Espírito judaico é incapaz de fazer música ocidental". Esse cometário preconceituoso, na verdade, tinha como objetivo dizer que apenas a "ópera judaica" não era de seu agrado, mas esse comentário chegou a ser usado como propaganda nazista alemã. Dizem que os judeus iam às câmaras de gás, ouvindo a música de Wagner nos campos de concentração.

--ÓPERA DE RIENZE--
A ópera Rienze, tem esse nome devido ao jovem revolucionário "Nicolas Rienze", que durante o sec XIV, apoiado pela igreja, se dizia "defensor do povo em Roma", o seu objetivo era fazer com que Roma voltasse a ter seu período "auge" dos sec. IV e V.

Rienzi conseguiu mais tarde também o apoio popular, e conseguiu chegar ao poder. É interessante lembrar que Rienze critica muito a aristocracia romana. (principalmente pois a sua "namorada" tinha se apaixonado por um filho de um barão corrupto. Essa ópera é extremamente "dramatica".

A abertura da Ópera Rienze segue um modelo de ópera francesa e tem temas principais que tentam demonstrar os conflitos e batalha desse revolucionário Rienze. O libreto da ópera, se não me engano, foi escrito pelo próprio Wagner.


Um abraço a todos,

John Blanch

Um comentário:

  1. 1) O nome original do personagem histórico era Rienzo(sic); a forma usada por Wagner (Rienzi)(sic) é a do romance de Bulwer-Lytton, também autor do clássico "Os últimos dias de Pompeia".

    Ela é a maior ópera em duração de Wagner, ainda que grande parte do material original tenha se perdido, pois o manuscrito original foi presenteado ao bigodinho infame pela igualmente infame Winifr(i)ed "baranga" Wagner (Williams), que o levou para o seu Bunker; o resto...

    2)Só há 2 gravações textualmente válidas: a do Hollreiser, que segue a própria edição do compositor, de 1865, e a do Downes, que usa a edição acima, mais alguns fragmentos que sobraram do manuscrito original, edição esta preparada pelo erudito wagneriano Egon Voss (a passagem do """Tostão""" de prata, ausente na edição de 1865 está disponível nesta mais completa).

    3) Se a "Grande Ópera Francesa" é uma reunião coerente de estilos e procedimentos musicais, o Rienzi é a maior delas-nela vemos influências de Donizetti (dueto Adriano/Irene 1° ato , o 'Concertato' do fina do 2°), estruturas da própria Grande Ópera Francesa (parece óbvia a afirmação? Sim, mas CONfirmação é fundamental!) como a grande ária de Adriano no 3° ato, com 3 seções; uma em recitativo, uma seção mais lenta, em andamento regular e uma em "Stretta" (é só comparar com a Ária da Eboli...), as grandes procissões/coros (contexto geral) interrompidas por seções musicais contrastantes, que tratam de conflitos individuais (3° ato/ a marcha de Rienzi/Coro 'Santo Spirito Cavaliere', interrompida pelo pedido de paz de Adriano, rejeitado por Rienzi, com a retomada do material cênico/dramático que o precedeu, num claro A B A. onde a seção 'B' desenvolve 4 ideias temáticas da seção precedente), um vasto balé (que na edição Voss dura 40 e tantos minutos), além de vários vislumbres do Wagner do futuro (a cena em que Adriano tenta demover os Nobres da tentativa de assassinato de Rienzi, além de inúmeras outras influências.
    A seção do """Tostão""" de prata é assim chamada pois o criador do papel título a achou tão bonita, que sugeriu a TODOS (solistas, coro e orquestra) que presenteassem Wagner com um "Groschen" (moeda de prata) toda vez que a mesma fosse executada.

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