segunda-feira, 27 de julho de 2009

SP em Concerto - Concerto de Encerramento do Festival de Campos do Jordão


O FESTIVAL
O Festival Internacional de Inverno de Campos do Jordão é o maior evento de música clássica da América Latina. Em 2009, três motivos o tornam ainda mais importante: o festival chega a sua 40ª edição, entra na programação oficial do França.BR2009 e marca o aprimoramento do intercâmbio artístico-educacional do evento.



Neste ano, a programação teve como atrações os pianistas Nelson Freire, Michel Dalberto, Cristina Ortiz e Ricardo Castro, os violoncelistas Antonio Meneses, Marc Coppey e Dimos Goudaroulis, os violinistas Shlomo Mintz, Yang Liu, o violonista Fábio Zanon, as principais orquestras profissionais e jovens do Brasil, como OSESP, OSB, Filarmônica de Minas Gerais, Jazz Sinfônica, Experimental de Repertório. Especialmente para essa edição comemorativa do Festival veio o grupo francês de música antiga Le Poème Harmonique, que reuniu cantores e instrumentistas, sob a regência de Vincent Dumestre, em torno de músicas dos séculos 17 e 18, além de um grupo de notáveis músicos solistas e professores do Conservatório de Paris.

O Festival teve 45 espetáculos em 23 dias, grande parte deles com preços populares e 18 concertos gratuitos.

O concerto de encerramento foi realizado na Sala São Paulo ontem (26), com a Orquestra Acadêmica do Festival, formada pelos bolsistas, regida pelo maestro Roberto Minczuk, tendo como solista o pianista francês Michel Dalberto.

O CONCERTO DE ENCERRAMENTO
Esse foi o primeiro concerto de encerramento que eu assisti do festival de campos sob a regência do maestro Roberto Minczuk e de certa maneira posso dizer que gostei do concerto! (como meu amigo Fernando Oliveira disse: "[...]No geral um bom nível para estudantes em menos de 30 dias." Ainda mais apresentando obras grandiosas como essas! Está de bom tamanho!)

Depois das belas palavras de um simpático senhor de cabelos brancos (desculpe mas esqueci o seu nome) o concerto começou. Infelizmente o concerto começou com o pé esquerdo: Eu sinceramente detestei o La valse de Maurice Ravel. Achei uma loucura começar o concerto com uma obra dessas e ainda por cima a orquestra decepcionou muito! (principalmente as madeiras, pois não tinham o caráter necessário da obra). Tudo parecia estar monótono, frio e com pouca expressão. No la valse só gostei bastante dos metais.

O concerto de piano em Sol maior, também de Maurice Ravel eu adorei. O pianista francês Michel Dalberto tem uma técnica incrível e o controle de timbre e projeção do som é extraordinário (Isso é digno de quem sabe como tocar em grandes salas de concerto). Ele produziu uma extensa gama de sons e com isso conseguiu ser mais expressivo que a orquestra. Virtuosidade/controle/qualidade e variedade -> Esse é o resumo do pianista. A única coisa que me incomodou um pouco foram os fortíssimos do bis (preludio de debussy), soaram um pouco "porrabiles" e tensos. Tirando isso eu achei o concerto impecável e aplaudi de pé.

A orquestra se superou na sinfonia n.3 de Camille Saint-Saëns. Parecia outra orquestra. Todos as cordas estavam com uma "energia", e vontade de tocar incrível, que sinceramente, muitas vezes é o toque especial que falta em alguns concertos da Osesp onde os músicos parecem tocar por obrigação.

Fiquei feliz pois o orgão "de churrascaria" que tem nos concertos da temporada Osesp evoluiu!! Com certeza era um outro orgão e seu som preencheu toda sala. Me falaram que o som de cada nota do orgão não é sintetizado ou algo do tipo, ele é uma gravação autentica de órgãos famosos de grandes catedrais (existem diversas chaves onde você pode regular o orgão e escolher o orgão e o local. Imagina que maravilha? ótima idéia essa! =])

O som grandioso da orquestra foi algo que me chamou atenção. Para alunos do festival tinham um som incrível!!Melhor do que muitas orquestras que já assisti. Ahmm...e as madeiras também melhoraram na ultima parte.

Me surpreenderam com o final. Para entrar no clima de festa os academistas (metais e percussão) fizeram uma surpresa e começaram a tocar músicas no espírito carnavalesco bem brasileiro enquanto as cordas faziam a "ola" (a famosa "ola" quando tem jogo de futebol). Muito divertido! O Festival com certeza fechou com chave de ouro.
Parabéns a todos os academistas e principalmente ao ganhador da bolsa de estudos no valor de 48 mil reais. Desejo tudo de melhor e que aproveite os estudos no exterior!

Um abraço a todos

John Blanch

Um comentário:

  1. Parabens John ,por mais um post detalhado sobre a temporada da OSESP.Infelizmente acompanhei o concerto apenas na Tv no canal Cultura.Gostei muito da diversidade na Sinfonia n°3 em dó menor , de Camille Saint-Säens com piano a quatro mãos e o Orgão.O melhor foi a premiação de 48 mil reais e a escolha do bolsista pela escola de Paris.Acima de tudo foi uma béla apresentação da Osesp. Abraço John ,continue postando!!
    Willian G.Almeida

    ResponderExcluir