terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nova Visão - Samuel Barber e "Meditação e Dança da Vingança de Medéia", Op.23a

----------------------------------A HISTÓRIA----------------------------------
O compositor americano Samuel Barber (1910-1981) foi desde cedo um prodígio ao piano e é incrível como o pequeno Samuel, de apenas 9 anos de idade, já sabia exatamente o que queria fazer para o resto de sua vida:

"Eu fui destinado a ser um compositor e tenho certeza que serei. Não me peça para esquecer tudo isso e ir jogar bola, por favor!"
(Parte de um pequeno texto endereçado à sua mãe)



Apesar de ser um ótimo pianista e cantor, Barber de fato seguiu no ramo da composição e um dos mais importantes e decisivos mo
mentos de sua vida artística foi quando o famoso maestro, Arturo Toscanini, resolveu reger sua composição "Adagio para Cordas op.11" (1936). Depois disso p
ode-se dizer que Barber ficou mundialmente conhecido e nos anos seguintes ganhou diversos prêmios de composição.

--[Extra -A primeira vez que a ouvi esse Adágio para Cordas Op.11, fiquei muito emocionado e completamente apaixonado pela obra! Além de ser extremamente melancólica e "de arrepiar", a gravação que ouvi era de um concerto feito em homenagem as vítimas dos ataques terroristas de 11 de setembro (concerto feito apenas 4 dias após os desastres). PS:Pode até ser considerado fútil o que direi a seguir, mas o que me deixou mais pasmo ainda foi que a obra de Barber é op.11, e o concerto que ouvi foi feito em homenagem ao dia 11 de setembro). Para assistir esse concerto no youtube clique aqui.]--

Barber sempre estudou muito a obra de Bach, e a sua música também tem a influência de dois de seus compositores prediletos: Brahms e Chopin. É interessante que apesar de ser uma música do sec. XX, ela possui uma linguagem de fácil entendimento e com tendências muito românticas (não características do modernismo do sec.XX).

A grande singularidade em suas obras, está no fato de que apesar de ser uma música que possui traços rítmicos fortes como a de Stravinsky, ela também possui melodias muito líricas e emotivas. Sem saber como descrever exatamente aonde a música de Barber "situa-se" (caráter mais Romântico ou mais moderno), alguns musicólogos a chamaram de "música Neo-Romântica".

A vida de Barber foi seguida de muito sucesso até ele compor a ópera "Anthony e Cleópatra" (estreada na "Metropolitan Opera House" em 1966). Barber achava que essa era a sua melhor obra já composta, mas como a crítica foi cruel e chegou a chamar a sua ópera de "música irrelevante", o compositor isolou-se e entrou em uma profunda depressão.

Compor tornou-se mais difícil nos anos seguintes (devido também ao diagnóstico de câncer em seu sistema linfático), e foi só em 1977 quando o Concurso Internacional "Van Cliburn" o chamou para compor uma pequena peça para a abertura do evento que ele voltou a trabalhar seriamente em uma nova obra. (Nessa ocasião, surgiu a última obra para piano do compositor, a Ballada op.46). Alguns anos depois, Barber morreu de câncer em Nova York (1981).

CURIOSIDADES
-Você sabia que Barber tinha em sua casa um dos pianos que pertenceu a Rachmaninoff?

-"Minha música nasce do que eu sinto, já que não sou um compositor auto-consciente" Samuel Barber

2 comentários:

  1. John:

    Este Adágio também foi usado de forma magistral por Oliver Stone no seu Platoon, outro momento de solene tragédia para os EUA.

    Talvez seja pura coincidência ou pelo fato de ter usado nestes momentos melancólicos, mas o Adágio evoca tristeza para mim, muito embora seja belíssimo.

    Um grande abraço.

    Celso Bressan

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  2. Gosto muito também da Primeira Sinfonia do Berber, que é de uma densidade arrepiante.

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